Há anos, menos de duas décadas juntas, uma mãe muito feliz com sua gravidez sem risco, tudo indo às mil maravilhas, todos e tudo voltados para sua barriga. Muitas visitas de familiares, amigos e muita expectativa regavam a relação da vinda do novo bebê.
Assim, logo a expectativa foi estabelecida com muita satisfação, e a criança recebia muitos presentes, era muito paparicado, sobretudo muitas fotos resplendiam a expectativa de todos.
Aquele, elogiado por todos, era muito bonitinho, era magrinho como os meninos da sua idade, brincava como eles, tinha tudo que um menino normal tinha; foi crescendo e a atenção como a dada a um bebê durou até então. Porém, aquele menino, lindinho, magrinho e meigo, continuou da mesma forma, mas ia crescendo de forma muito delicada, e muito angelical. Apesar de viver como os outros meninos, o conteúdo de suas conversas era diferente, e era muito mais atencioso que qualquer outro. Até então, aquela criança que logo iria entrar na pré adolescência, não percebeu nem sentiu nada de diferente. Mas as pessoas que viviam a sua volta, viam algo de diferente. Mesmo assim, seus pais o viam apenas como seu lindo filho.
Logo o menino estava caminhando com sua adolescência, e começou a sentir algo inexplicado, que pra ele era inadmissível. Aquele menino estava sentindo algo, algo sobre indivíduos do mesmo sexo. Surgindo dúvidas e indecisões em relação a si mesmo, como individuo.
Ele se comportava normalmente, mas olhares e cochichos entrelaçavam suas passadas, destruindo seu bem estar. Logo seus colegas de classe começaram a tratá-lo diferente; alguns sentiam diversão em maltratá-lo. Logo, ele fugia do bullying que sofria por seus colegas, e também pra não afetar outras pessoas à sua volta.
Ele se via deprimido, não entendia o porquê de ser desta forma, não se aceitava, e não admitia sua condição. A atenção que recebia antes estava extinta; pessoas o evitavam ou podiam até lhe tratá-lo indiferente. Com a separação de seus pais, seu quadro piorou; não tinha mais vontade de viver, e em uma noite chuvosa, preparou um coquetel de remédios.
Logo de manhã sua mãe encontrou seu filho com os olhos fechados, coberto por um cobertor colorido, um triângulo à caneta preta em seu pulso (que representava os homossexuais na época da Segunda Guerra Mundial) e uma carta.
Na carta, contava tudo que o menino viveu, desde o momento da descoberta. Nela continha seus pensamentos, e suas agonias e ele dizia que rezava todos os dias, que pedia a Deus para lhe ajudar, mas sua fé foi em vão. As pessoas, que eram seus irmãos, não lhe ajudaram a entender o que era o melhor pra ele e, por isso, decidiu tirar sua vida como símbolo de conscientização.
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